Cirurgião Maxilo-Facial
Cirurgião Maxilo-Facial
HPA Magazine 7
Apesar da Cirurgia Maxilo-Facial parecer aparentemente estar circunscrita a uma zona de intervenção restrita – cabeça e pescoço – a verdade é que são extensas as especificidades das sua abordagem, com vista à recuperação e reabilitação das funções mastigatórias, respiratórias, fonatórias, dolorosas ou estéticas:
· Cavidade Oral - quistos, dentes inclusos, atrofias ósseas dos maxilares, tumores benignos e malignos;
· Face - maxilares e estruturas moles da face, por exemplo alterações congénitas e do desenvolvimento da face como malformações, prognatismo e retrognatismo, assimetria da face, além de toda a traumatologia;
· Região Cervical - doenças das glândulas salivares (parótida, submaxilar) como tumores, cálculos, inflamações;
· Cirurgia estética da face e pescoço.
De entre as variadas técnicas cirúrgicas craniomaxilofaciais, uma das que mais se desenvolveu nos últimos anos foi a Cirurgia Ortognática. Esta envolve protocolos de tratamento para as alterações da posição dos maxilares (dismorfoses dentofaciais), cujas manifestações ocorrem ao nível da posição dos dentes (oclusão dentária), estética facial e via aérea (respiração).
O tratamento das dismorfoses dentofaciais deve ser realizado por uma equipa altamente especializada de diferentes profissionais de saúde: Cirurgião Maxilo-Facial, Médico Dentista Ortodontista, Fisioterapeuta e Terapeuta da Fala. Estes profissionais irão garantir um resultado com uma estética facial mais harmoniosa, melhorar o funcionamento das estruturas dentárias e a estabilidade da articulação temporo-mandibular (articulação entre a mandíbula e o maxilar), assim como a funcionalidade da via aérea, sendo a apneia obstrutiva do sono uma das suas indicações.
Os parâmetros estéticos mais utilizados são: o nariz, as pálpebras, a linha do sorriso, a exposição dos dentes e as gengivas, fatores que no seu conjunto determinam a “personalidade da face.
Conforme ressalva o Dr. José Carlos Fernandes, "pretendemos antes de mais reabilitar as deficiências funcionais pelas quais os pacientes nos procuram, no entanto, em todos os casos procuramos restabelecer a estética facial individual, não nos cingindo a restaurar valores médios ou normativos da população. Ou seja, trabalhamos para melhorar a estética e a função, mas mantemo-nos fiéis à identidade e personalidade de quem nos procura".
"Cerca de 25 a 30% da população apresenta um grau variável de alteração facial, dos quais 50% será, eventualmente, candidata a tratamento com Cirurgia Ortognática", adianta o Dr. David Sanz.
"Até há pouco tempo, estes procedimentos cirúrgicos eram muito traumáticos, realizando-se quase exclusivamente em casos extremos. Hoje, a evolução das técnicas cirúrgicas e anestésicas, bem como dos materiais, permitem diminuir o tempo de internamento e da recuperação pós-operatória, justificando a realização deste tipo de cirurgias a um maior número de pessoas, inclusive as que pretendam apenas uma melhoria estética".
Importa ainda explicar, refere o Dr. Sanz, "que apesar de não existir um protocolo fixo, igual e ideal para todos os casos, a maioria necessita de realizar previamente um tratamento ortodôntico (colocação de aparelho dentário), que facilite a colocação dos dentes na posição correta antes da cirurgia. Noutras, é possível avançar no primeiro momento com a cirurgia e depois em caso de necessidade recorrer ainda à ortodontia".
As indicações mais comuns para a Cirurgia Ortognática são as deformidades esqueléticas faciais maxilares e/ou mandibulares com má-oclusão mastigatória:
· Discrepâncias Transversais;
· Assimetrias;
· Discrepâncias Anteroposteriores: relação entre Incisivos maxilares/mandibulares e Relação anteroposterior dos Molares maxilares/mandibulares;
· Discrepâncias Verticais: presença de uma deformidade facial vertical ou Mordida Aberta (sem espaço entre os dentes anteriores;
Como referido anteriormente a ortodontia tem um papel preponderante na Cirurgia Ortognática atuando antes, durante e após a cirurgia, cujos principais objetivos são:
· Aumentar a segurança da cirurgia através do tratamento das desarmonias dento-maxilares e dento-dentárias;
· Simplificar a cirurgia através da previsão da posição dos dentes;
· Otimizar o gesto cirúrgico através da supressão prévia das compensações dento-alveolares;
· Garantir a melhor contenção possível.
Desta forma, o ortodontista e o cirurgião devem trabalhar em harmonia estreita no diagnóstico e no planeamento desta abordagem ortodôntico-cirúrgica, cuja decisão primeira inclui a opção do tratamento a seguir: ortodôntico exclusivo, ortodôntico-ortopédico ou ortodôntico-cirúrgico. Nas crianças, o tratamento ortodôntico exclusivo pode modificar e condicionar o crescimento reduzindo as necessidades de tratamentos cirúrgicos. Nos adultos, onde o crescimento já cessou, o tratamento ortodôntico-cirúrgico é muitas vezes a melhor e única opção.
O Grupo HPA Saúde conta com a maior equipa de cirurgiões maxilo-faciais, com competências diferenciadas nas várias áreas de intervenção desta especialidade, concretamente da cirurgia ortognática.